Instantâneo - Joe Hill



Título: Instantâneo 

Título original: Snapshot, 1988 

Autor: Joe Hill

Publicado originalmente em 2017  nos EUA 

Com 119 páginas 

Pela editora Harper Collins 


Resumo

Michael Figlione é um jovem de 13 anos que a  babá que cuidou dele desde bebê, após se aposentar, começa a ficar senil e perdendo as memorias mais antigas. 

E um dia ele a encontra na rua sozinha, longe do marido, que cuidava dela e ela fala que está sendo perceguida por um homem que tirava fotos dela. 

Isso parece realmente mais um sintoma de sua doença até que Michael encontra realmente um homem muito macabro  com uma câmera fotográfica muito estranha no mercado do posto de gasolina. 

E para desespero de Michael em meio a uma confusão do posto de gasolina ele acaba derramando seu refrigerante no homem e despertando a ira dele. 


O garoto fica com tanto medo do homem que acaba tirando foto do balconista sem querer com a câmera do homem. E após o fotógrafo sair, Michael percebe que o balconista até então amigo dele, não lembrava mais dele. 

E uma foto estranha tinha saído na máquina fotográfica instantânea. A foto mostrava Michael a alguns dias atrás no mercado. 

Michael vai cuidar da sua ex-babá, a pedido do marido dela, com muito medo do homem tirador de fotos estranhas, e ladrão de memórias, invadir a casa da senhora Beukes e roubar as memorias dele também. 

Só que o fotógrafo estranho não contava que Michael fosse um nerd super inventor e tivesse inventado um máquina de tiros de festas, que assustava com um fleche de outra coisas comum, barulho e efeitos de festa. 

O vilão aparece para acabar de vez com Shelly e Michael intervém com a arma expulsando o fotógrafo, usando a máquina contra o próprio inimigo, deixando ele desequilibrado e deixando até que Michael roube o álbum que o vilão tinha dentro do carro junto com a máquina mágica. 


Michael com a máquina e o álbum fica protegido do vilão que foge. 
E passa a cuidar mais da ex-babá que com a ajuda das fotografias do álbum, que eram as lembranças de Shelly Beukes, percebe que ela foi mais mãe dele do que os próprios pais. 

Quando Shelly morre, com Michael, ajudando-a  esquecer a dor com a própria máquina estranha, Michael decide dar um fim a máquina. 

E descobre um olho macabro dentro da máquina vasia e que falava com ele pela mente pedindo para reconstruir a máquina. 



Resenha

Lendo o primeiro livro de contos completo somente de Joe Hill, filho de Stephen King, nos trás um conto com o enredo estruturado com começo, meio e fim. 
Com um tamanho que poderia ser um livro por completo. 

Com tanto sentimentalismo, camadas e amor, que também se transporta para vários coadjuvantes. 

Personagens complexos e cheios de camadas, desde o personagem protagonista até a balconista do mercado. 

E tudo em poucas páginas. 

Temos o medo. 

Um estranho que chega para destruir a função mais definitiva que torna uma pessoa em um ser humano. O pensamento e as lembranças. O medo metafórico além do homem desconhecido  é a perca da memória. 

Michael esquece também do amor que sentia pela babá. Ele esqueceu da reciprocidade. As memórias de criança. 

Esquecemos, e isso dá muito medo. 

Esquecemos de dar amor para quem importa. 

No livro também temos o fato do protagonista ser gordo. 

Nos últimos cinco anos passei a ter também  o excesso de peso e ter o preconceito e sofrer o bullying desse mau terrível, que as vezes me fazem sentir mais triste dos que os próprios problemas de saúde causados pela obesidade. 

O pior é que o preconceitos contra as pessoas gordinhas, causando tanto mau quanto,  é tão estrutural na sociedade, que pra mim, é até mais do que o de outras minorias.  

E todos encaram ainda com humor. E as vezes até a própria pessoa tenta encarar com humor coisas muito tristes para se manter feliz na sociedade, como acontece também com as outras formas de preconceitos. Que é o caso do protagonista do livro. 

E nas palavras que machucam para a pessoa gorda além do bullying em si, ainda tem o cuidado das pessoas que gostam de você, mas pensam que sua gordura é por desleixo e não porque, no meu caso, porque tomou um remédio forte, corticoide, ou hormônios, como a maior parte, ou tendência biológica. 

As pessoas tem corpos diferentes e as vezes pessoas que estão mais favorável a ter um corpo mais padrão de beleza da sociedade, também por vários motivos diferentes, acabam falando coisas que machucam o psicológico da gente sem perceber. 

Tem pessoas que acham um absurdo outra pessoa, as vezes com o corpo padrão da sociedade, tem atração sexual por uma pessoa mais gorda. 

E o complicado de se ler livros com o protagonista ou na maioria coadjuvantismo gordo é ver aceitação de palavras perjorativas e pensar se a história, o personagem ou  o autor. 

Isso gera o cancelamento de vários autores, o que aconteceu com Agatha Cristy. 

Mas, como falei, é algo que está tão estrututarado na  sociedade que não diferenciamos se é uma brincadeira ou se é algo realmente que a pessoa só está aceitando porque não tem outro jeito de ser aceito no meio que vive. 

Acho que o que realmente resolve é deixar a pessoa demonstrar até que ponto não está satisfeita com o próprio peso. Se não estiver e pedir sua ajuda tentar ajudar de forma que não entre no espaço pessoal de escolhas para sua saúde. 

Dando dicas e não empurrões, e se solicitado, e quando solicitado. 

Existe os casos mais graves, onde realmente a pessoa não consegue enxergar que uma intervenção deve ser feita. Como várias outras coisas na vida. 


Mas quem deve fazer essa intervenção é de forma única e preparada. E não um estranho na rua. 

Então no fim essas mensagens que machucam o psicológico iria diminuir quase noventa por cento. 

Mas o mundo não perfeito. Não é? 

Existem bullying. Se não for por isso, será por outros motivos. O ser humano vive é para deixar o outro bem. Mas bem abaixo de si mesmo. Para não ter competição. 

Mas voltando ao livro. 

O final do livro achei bem prolongado. Estava com medo de não terminar bem de tanta extensão que teve. 

Mas o autor soube dar nesse ponto o sentimentalismo necessário para a história. 

 Chorei com a "praticamente" eutanásia que Michael faz em Shelly. Achei pesado. 

Como foi o toque sobrenatural de ter um olho vivo dentro da máquina fotográfica. 

Mas um "pesado" bom. 

Perfeito para tornar um simples conto inesquecível.

Nota: ⭐⭐⭐⭐


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