Título original: Troubled Blood
Série: 5° volume da série Cormoran Strike
Autora: J.K. Rowling sobe o pseudônimo de Robert Galbraith
Editora: Rocco
1241 páginas
Comecei a ler no dia 07/09/2025 e acabei hoje, dia 20/09/2025, demorando 14 dias para ler o livro.
Eu lia 88 páginas em média por dia.
Resumo
Resumo
No quinto livro da série investigativa de J.K. Rowling (escrevendo como Robert Galbraith), o investigador Cormoran Strike precisa ir à Cornualha para cuidar de sua tia Joan, que está em casa após receber o diagnóstico de câncer terminal.
A família se mobiliza para estar com ela em seus últimos momentos, e Strike se vê lidando com situações familiares que não estava acostumado.
No meio de tudo isso, claro, ele acaba envolvido em uma investigação. Dessa vez, é um caso especial: um “arquivo morto”, ou seja, um caso antigo que foi encerrado sem solução por falta de provas.
Anna e sua esposa Kim contratam Strike para descobrir o que aconteceu com Margot, mãe de Anna, que desapareceu quando ela ainda era criança.
Todos suspeitavam que ela havia sido vítima de um assassino em série descoberto na época, Dennis Creed. Ele, no entanto, nunca confessou esse crime, e o corpo de Margot jamais foi encontrado.
Margot era médica em uma clínica particular, da qual era sócia. No dia do desaparecimento, saiu para encontrar uma amiga de seus tempos de modelo e garçonete, mas nunca chegou ao encontro nem voltou para casa.
Na clínica, trabalhavam também Janice (enfermeira) e Irene (recepcionista). Embora fossem muito próximas, ambas não se davam bem com Margot. Janice e Irene tinham personalidades opostas: Irene era espalhafatosa e egocêntrica, enquanto Janice era reservada e discreta.
Com o avanço da investigação, descobrimos que Margot não foi morta por Dennis Creed, mas por Janice, que tinha um perturbador hábito de envenenar pessoas ao seu redor — às vezes apenas para dopá-las, às vezes para deixá-las doentes, e em muitos casos, para matá-las.
Janice usava a confusão de fatores externos para se esconder — como a existência de Creed na época — e até a própria imagem de velhinha inofensiva para não levantar suspeitas.
Strike e Robin enfrentam dificuldades para chegar à verdade por estarem vivendo seus próprios conflitos pessoais: Strike lida com o processo de morte de Joan, o enterro e o luto, além do reaparecimento de Charlotte, sua ex-noiva, que continua perturbando sua vida mesmo internada em um hospital psiquiátrico.
Para complicar, o pai de Strike também está com câncer e pede a presença dos filhos em sua “festa de despedida”, mas Strike recusa, pois não consegue perdoar anos de negligência do famoso roqueiro para com ele.
Robin, por sua vez, está lidando com a separação de Matthew — difícil no começo, mas facilitada quando a amante dele engravida, o obrigando a se casar.
Ela ainda precisa administrar o assédio de Saul Morris, contratado da agência, que chega a enviar fotos íntimas para Robin como se fosse algo normal. Em um momento de limite, Robin toma coragem e o demite.
Margot foi morta por Janice quando descobriu o que ela fazia com pacientes e familiares. A enfermeira dopou Margot, levou seu corpo para a casa de uma família de pacientes com deficiência intelectual e o escondeu dentro de um pufe, cimentando-o. Décadas depois, Robin é quem encontra o corpo.
Resenha
Chegando ao quinto volume da série Cormoran Strike, já estou completamente apaixonado pelos protagonistas Cormoran e Robin.
O romance entre os dois, e a forma como suas vidas pessoais se misturam às investigações, é maravilhoso.
Com cinco livros enormes, J.K. Rowling tem nos feito esperar para ver esse romance acontecer — e eu gosto disso. Entendo os motivos pelos quais não podem ficar juntos agora, e isso me faz me sentir ainda mais próximo deles.
O romance é o que mais me prende aos personagens, mas o segundo ponto que me encanta são os problemas pessoais que eles enfrentam. Esses problemas os tornam humanos e reais, quase como se fossem pessoas comuns que vêm até mim para desabafar no fim do dia. Às vezes, sinto que trabalho na agência junto com eles.
Talvez essa seja uma técnica da autora para criar proximidade — e funciona. Neste volume, a presença de novos funcionários na agência reforçou ainda mais essa sensação de que faço parte do time.
O caso principal também é fascinante: é o primeiro “arquivo morto” de Strike. A própria Robin comenta que, por ser um caso antigo, dessa vez ela não correria risco de ser atacada — mas quem acaba atacado é Strike, e pela própria idosa assassina.
As cenas que alternam passado e presente são muito boas. O tamanho do livro dá espaço para Rowling explorar cada detalhe: vemos como Margot era no trabalho, sua vida em casa, os problemas do casamento, a vizinhança… tudo se transforma quase em uma novela cheia de coadjuvantes.
Passei a me importar com os Athorn, com Steve Douthwaite e sua esposa. E ainda temos Dennis Creed, que, embora não seja o culpado por Margot, tem sua história explorada.
A cena em que Strike o visita na prisão é arrepiante. Foi importante para mim dar rosto às vítimas de Creed, e chorei quando ele finalmente confessou o assassinato de Louise Tucker, dando ao pai dela a chance de enterrar a filha.
Foi doloroso ler as descrições do que Creed fazia com suas vítimas, mas não de um jeito sádico. Para mim, foi um lembrete de que crimes assim são reais, que existem pessoas capazes dessas atrocidades e que elas muitas vezes se escondem atrás de uma fachada de normalidade — às vezes, como no livro, é alguém aparentemente inocente: uma velhinha, um parente, um vizinho.
Vemos as vítimas tomando coragem para se libertarem de quem as oprimia. Robin precisa várias vezes vencer seu próprio comodismo para reivindicar o espaço que é dela — com Matthew, com Saul, e até com Strike.
Ela é constantemente forçada a afirmar: “Ei, esse espaço é meu!” E Strike, aos poucos, vai aprendendo a enxergar Robin como parceira de verdade.
A cena de Robin e Sam abrindo o pufe foi emocionante. Ela teve que reunir forças para enfrentar o que encontraria lá dentro, e isso foi essencial para dar um fechamento à longa investigação.
Esse equilíbrio que a autora cria — romance lento, drama pessoal, crimes horríveis, mas tratados com profundidade emocional — é o que faz a série ser tão especial.
Nota ⭐⭐⭐⭐⭐♥️















Comentários
Postar um comentário