Leonardo Mendes te convida a ler Estou Feliz que minha mãe morreu de Jennete McCurdy

 


Jennette é uma jovem que pressionada pela mãe começou a carreira de atriz em filmes e seriados de televisão. Crescendo tendo todas as áreas de sua vida manipulada por Débra, sua mãe, Jennette foi abusada e incentivada a ela a ter anorexia e bulimia. 
Débra usava sua doença como meio de manipular a todos com sua personalidade tóxica e intransigente. 

Jennete cresceu com traumas, cimas e TOCs. Sua mãe exigia a perfeição.
E Jennete se sentia constantemente obrigada a extravasar qualquer necessidade da mãe. Cresceu achando que isso era o certo. 

Até que a entrada para a maturidade e a vivência com outras pessoas mostrou como que o mundo que sua mãe lhe apresentava era errado e cheio de regras e leis que apenas eram convenientes para satisfazer os desejos e frustrações da mãe. 

Com o afastamento de Débra para tratar de sua doença e a carreira de Jennette crescendo mais e mais ela teve que enfrentar um mundo da mídia cheios de atrativos e perigos que Jennete não estava preparada.

Com a morte da mãe Jennete foi jogada em vícios e relacionamentos frustrantes. 

Ela lutou para se livrar da carreira que estava prejudicando seu psicológico desde que era pequena, lutou para se livrar dos vícios e bulimia e se tornar uma adulta sem as armas necessárias que nos são garantidas por pais corretos. 

O que me atraiu primeiramente ao saber que Jennette McCurdy tinha escrito sua biografia era por eu ser um fã de seu trabalho e a personalidade que ela demonstrava nas telas. 

O nome da biografia, ousado e atrativo já me fazia desconfiar de seu conteúdo. Porém nada havia me preparado para tamanha entrega dela em seus relatos. 

A atriz me desiludiu sim, na alegria aparentava os seriados que eu tanto amava. Mas trouxe uma realidade nua e crua a indústria que me fez despertar em como é sem sentido crianças trabalhando desde cedo como atores e sendo proibido em outras áreas. 

Na indústria da mídia correm os mesmos perigos que estão correndo em qualquer profissão, sendo o motivo dessa proibido. 

Abusos e falta de proteção. 

Devemos proteger nossas crianças em todos os lugares. 

E o que falar dessa mãe?
Pegar seus erros e lutar para não cometer?
Ela era claramente uma pessoa mentalmente disfuncional. Mas tem erros que devemos nos espelhar e lutar para concertar. 

Não quero espelhar minhas vontades nos meus filhos. Quero ver quem eles são, e lutar pra aconselha-los a ser a melhor versão deles próprios e não de mim. 
Quero que eles tenham uma vida independente da minha mas quero estar lá quando eles precisarem. 

Débra amou muito a filha. E a filha a amou. Esse amor é muito louco, que nunca entendia antes de realmente ter um filho. Mas esse amor deve ser modelado pra surgir coisas boas e não pressão, medo e raiva. 

Penso também que a falta de atitude se Jennette de dizer um NÃO. De dizer um BASTA era um comodismo. As vezes a gente fica em uma situação de repressão e não tem atitude de libertar apenas por comodismo sim. Mas devemos lutar e mostrar quem somos e nós reenventarmos. É complicado exigir essa atitude de uma pessoa que cresceu achando que essa repressão era certa. Não devemos exigir de Jennette essa atitude. Mas podemos reconhecer essas atitudes abusivas em outras pessoas próximas e nos afastarmos delas. 

Pessoas tóxicas existem e são ruim. Não somos obrigados a conviver ou concerta-las. 

O complicado de ler biografia é que estamos julgando pessoas reais. E muita vezes é uma visão apenas de uma pessoa. Pessoas, no caso me refiro a Débra, não é apenas a visão de Jennette. Aposto que ela tinha várias versões e várias camadas que ela como filha não via. Sua história de infidelidade e tendo os filhos de outro homem, já demonstra histórias por trás da história. 

Mas Jennette mostrou pra gente sua vida. Sua visão e uma forma de ver a indústria de séries infantis que nunca tinha visto antes.

Nota 8.9


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