Um ano inesquecível é uma série de filmes que a prime estão produzindo baseado no livro que juntou quatro escritoras que escreveram quatro histórias tendo como tema as fases das estações do ano.
Esse é o Outono. Que é baseado no conto Som dos Sentimentos de Babi Dewet e foi dirigido por Lázaro Ramos.
Ana Júlia é uma jovem que está fazendo estágio em um escritório de advocacia e recebe a missão de sua chefe de ir em associação de moradores de uma invasão ilegal para achar termos para dezapropria-los legalmente para o cliente deles.
Porém ao chegar lá ela se depara com uma realidade diferente do que imaginava. E se depara também com João Paulo e a música. Algo que ela é traumatizada porque sua mãe abandonou ela e o pai pra ir viver o sonho da música.
João Paulo é um cantor de rua que decide entrar em um festival de música e acaba ficando famoso.
Mas seu jeito irreverente e a música contradiz com a vida de advogada que ela gostaria de ter.
Logo ela percebe que o escritório de advocacia na verdade não seguia o que sua consciência dizia ser o certo. Ela abre mão da vaga de emprego efetiva e vai defender a associação.
Ela perdoa a mãe e vai festival que seu namorado ia apresentar a música que estava o deixando famoso na internet. Mas na hora João Paulo decide apresentar a música que estava em seu coração.
Quando vi que o segundo filme da série seria um literal musical fiquei com o pé atrás. Porque apesar de gostar muito de musicais americanos tinha muito preconceito de musicais brasileiros. Sendo que temia que as cenas de gente pulando e cantando o que estava se passando dentro deles ia beirar ao ridículos passando para as músicas brasileiras.
Só que Lucas Letto, Iza e Lulu Santos me deram um tapa na cara, um soco no estômago e um chute nas partes íntimas com tanta música boa e cenas fantásticas.
As músicas são sensacionais e belíssimas. A cena de Anna Júlia e sua chefe cantando no restaurante não passa vergonha em musical de Hollywood nenhum. E o que falar de Iza cantando Lean on Me? E seu discurso para a filha. Foi magnífico.
E por trás de tanta música ainda tem as pequenas mensagens mostrando como é o racismo. Porque querendo ou não fazer um filme com quase cem por cento do personagens sendo negros e não falar de racismo seria uma hipocrisia muito grande. Faz a gente enxergar que por mais que pessoas negras tenham cada vez mais seu espaço conquistado sempre vai existir aquelas pequenas cenas de racismo que as vezes chegam a irritar por ser repetidas na tv o tempo inteiro, mas são mostradas porque irritam sim porque são passadas repetidas vezes na vida real também.
O final foi bom, com Anna Júlia, se rebelando contra sua patroa e indo defender a associação, e o reencontro com sua mãe e com seu namorado.
Mas eu fiquei com um gostinho que poderia ser melhor. Talvez um final feliz para associação.
Também achei que eles queria mostrar muito do musical e da relação dela com JP e poderiam ter focado mais na história dela como advogada e na associação.
Mas foi um filme muito bonito. Mostrando um filme romântico, como o primeiro, uma visão do Brasil sem ser caricato e sim realista. Um musical brasileiro com perfeição, porém deixando um gostinho de quero mais que fez falta.
Nota 8.9
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