Criado por: Vince Gilligan
Em 2013, era finalizada a série Breaking Bad, que se tornou aclamadíssima entre o grande público. Na série, era contada a história de Walter White, um professor de química com câncer de pulmão que construía do zero um império de metanfetamina. Em certo momento, Walter e seu parceiro Jesse encontram problemas, e ouvem falar em Saul Goodman, um advogado criminal – ou melhor, advogado “criminoso” – que os ajuda na trama. Hoje, não vim falar de Walter, nem de Jesse, mas sim de Saul. Afinal, em 2015, foi lançado um spin-off chamado “Better Call Saul”!
Nessa prequela, que se passa sete anos antes de Breaking Bad, conhecemos o advogado James McGill. Conhecido como Jimmy, é um advogado em ascensão, que está começando a montar seu escritório nos fundos de uma lojinha de manicure, onde a dona alugava uma salinha para ele. Jimmy é irmão de Charles - ou Chuck – McGill, um advogado renomado que co-fundou a firma HHM, onde Jimmy não conseguiu uma chance de atuar como advogado.
A série nos mostra muito sobre a dualidade de Jimmy, pois ele sempre foi problemático em questões morais e judiciais, sendo uma pessoa desonesta desde criança. Ele praticava golpes na sua antiga cidade, junto ao amigo Marco, e vivia se metendo em problemas. Chuck sempre livrava Jimmy das suas furadas, mas foi quando Jimmy resolveu se endireitar que sua relação com o irmão melhorou um pouco.
Começando na HHM como entregador de correspondência, começou do zero, onde conheceu Kim Wexler, que se tornaria sua melhor amiga e posteriormente, par romântico. Com o tempo, fez um curso rápido de direito e se tornou um advogado, iniciando assim sua jornada na série. Infelizmente para Jimmy, ele precisaria lidar com situações que colocariam ele contra a parede: Ser um advogado ético e correto, ou ser um advogado desonesto e problemático?
Muitas coisas acontecem, e muitos personagens são desenvolvidos aqui, como Gus Fring, Mike Ehrmantraut, os Salamancas, entre outros. Tudo isso se despeja em cima de Jimmy, que gradativamente, se transforma em Saul Goodman. Ele passa por inúmeros dilemas éticos e muitas vezes é colocado contra a parede para participar de situações que não gostaria. Mas isso não exclui o fato de que ele usa de vários meios para tirar vantagem, afundando cada vez mais a própria vida.
No início, eu esperava ver acontecimentos iguais ao de Breaking Bad, e isso me fez achar que essa série é lenta, pois não possui a mesma dinâmica que sua antecessora. Essa é bem focada na carreira de advogado de Jimmy, mas longe de ser “uma típica série de advogados” . Foi quando eu entendi que Breaking Bad era uma série, e Better Call Saul, outra diferente, que as coisas andaram para mim.
Eu me apaixonei, a cada temporada ficava melhor, me enchia de animação para ver as coisas se desenrolando e vendo como eles explicariam algumas situações. Ver Jimmy se tornando Saul e adentrando mais e mais no submundo do crime. Entender como alguns personagens chegaram ao ponto que chegariam, tudo isso me encantou muito. A dinâmica que foi criada é muito bacana, e é incrível que mesmo alguns personagens já tendo destino certo, nos importamos em saber mais sobre eles, já que todo mundo aqui tem um desenvolvimento absurdo e tempo te tela ideal.
Eu só assisti uma vez, terminei recentemente no momento que escrevo essa resenha, talvez minha opinião mude, mas não achei essa série ruim, pelo contrário, gostei demais de tudo. Quando Saul aparece em Breaking Bad, ele fala algumas coisas a Jesse e Walt quando eles o levam ao deserto. Essas falas de Saul se conectam perfeitamente à trama de Better Call Saul. O que me admira, é que nada disso era planejado. A equipe conseguiu pegar um diálogo isolado em uma série de anos atrás e transformar em outra, sem furos de roteiro, até onde eu percebi.
Enfim, amei os personagens (com destaque para Kim Wexler, que foi apresentada nessa série) e com certeza recomendo ver essa série, mas honestamente, se tem vontade de ver, assista Breaking Bad primeiro. Algumas consequências de Breaking Bad são exploradas aqui, então recomendo ver Better Call Saul por último.
Nota: 10/10
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