Barbie

 



Em um universo em que as bonecas Barbies que as meninas vivem tem suas versões humanóides em uma cidade imaginária em que traços dos dogmas dessas brincadeiras são representados nesse mundo. 

Nessa cidade chamada Barbielandia todas as mulheres são chamadas Barbie e dominam todos os cargos da cidade enquanto todos os homens da cidade se chamam Ken e vivem na praia. E vivem exclusivamente pela apreciação das Barbies. 

Mas tudo muda quando a Barbie que é a mais estereotipada começa a reanalisar seu mundo e seu universo. 

Para ela voltar a não ter essas auto análise ela decide ir ao mundo real e encontrar a humana que estava brincando com ela e ver o que estava acontecendo. Mas Ken vai com ela. E conhece o patriarcado no mundo real. E enquanto Barbie está lutando para achar sua humana e fugir da empresa Matell que está tentando recapitura-la para leva-la de volta a Barbielandia o Ken volta a Barbielandia e instaura o patriarcado na cidade da Barbie, que é os Ken se valorizarem, colocarem seus interesses no mundo da Barbie, e seduzirem as outras Barbies as tornando submissas a suas vontades.

Quando Barbie encontra a humana que brincava com ela descobre que é uma mãe, superextressada com sua vida  e em como a sociedade é exigente com a mulher. E para desestressar brincava com a Barbie a transformando em uma mulher de verdade, com problemas de verdade. 

Barbie leva elas para conhecerem a Barbielandia. Mas descobre que Ken fez as mudanças no lugar. Ela junto das Barbies fora de linha retomam o poder fazendo os Ken ficarem um contra o outro. 

Mas no fim, Barbie, percebe que errou também em não valorizar o Ken por ele mesmo. E aconselha ele a procurar quem ele realmente era e se valorizar independente de a Barbie estar com ele ou não. 

Um filme de importância extrema mas que não podemos enxerga-lo como um filme comum.

É um filme sobre analisarmos como anda o psicológico da sociedade que vivemos. Não sobre a guerra dos sexos como foi prometido e nos preparamos a ver. Acho que, por ter o Ken, verdadeiramente dividindo o  protagonismo da Barbie, quis mostrar a autovalorização da pessoa e geral. Tanto homem, quanto mulher.

O filme tenta nos ensinar que acima de lutar por uma relação deveremos nos vermos como pessoa única e sabermos quem somos sem sermos "estereotipados". 

Devemos procurarmos sermos únicos e aí sim valorizados por nós. A luta por agradar o outro ou nos encaixarmos em um tipo específico de genero nos faz ficarmos genéricos e sem particularidades que faz com que o outro se encante por nós. 

A falto do "nós" no filme me incomoda. Como manter uma relação em uma sociedade que só se alto valoriza? Será que o "nós" ficará insistente nessa Barbielandia. Não só no feminino se doar, ou homem se doar, mas nos doarmos pelo outro é tal pecado assim?

O filme teve várias mensagens importantes entre as aspas dessa mensagem de se valorizar, nada haver com a mensagem final do filme. Mas em meio ao filme tem as mensagem subliminares e algumas realmente descaradas importantíssimas da menina poder ser quem ela quiser ser. De como a troca de visão de ver só mulheres no poder parece ser algo absurdo sendo que isso acontece o tempo todo no mundo real só que com os homens

Gostei da generalizações do homem e de como funciona a jogo da relação. Achei errado criminalização disso. Porque aquele jogo de como um deve ficar por cima ou o outro existe, mas não vejo como errado. É querendo ou não a relação, e a conquista. 

A atuação de Margot Robbie e Ryan Gosling esta incrível e várias cenas deles são tocantes. A cena de Margot com aquela senhorinha foi muito bonita. O diálogo final dela com Ryan também foi muito legal.  Por mais que foi cômica e dramática ao mesmo tempo souberam passar na dose certa. 

Achei que o uso do lúdico e das metáforas sobre o que o brincar na infância faz com o reflexo na vida adulta, cada detalhe usado e de tal profundidade psicológica que vale por trabalhos acadêmicos. 

Achei que o discurso de América Ferrera  que interpreta Glória faz do desgaste psicológico da mulher vale não só para a mulher, mas para todos. Somos cobrados o tempo todo para agradar a todos de formas impossível e ninguém nunca tá satisfeito. Temos que aprender a sermos só nós mesmos e ir no nosso limites. Somos humanos, não bonecos de plástico. 

Acho que é um filme que vendo e analisado como deve ser analisado, como um filme de metáforas e não como filme simples de começo, meio e fim, não vai agradar. 

Crianças se agradam do filme sim, porque não entendem o que só os adultos devem entendem, mas entendem o bastante para rir do que deve ser tudo por uma criança. Os adultos devem entender o filme como adultos, vendo que o cômico é cômico por ser uma metáfora e não pelas partes infantis do filme. Esse jogo deve divertir pessoas inteligentes e não quem é fã da comédia pastelão. 

Acho que é uma mensagem que merece vários prêmios mesmo pela profundidade, só que acho que faltou. Faltou a resposta da convivência do Ken e da Barbie? Como deve ser a convivência politicamente correta? Porque no filme eles se afastam, mas a convivência é necessária de um homem com uma mulher. Seja na relação de casal, ou amizade ou colegas de trabalho. Como deve ser uma relação sem um ser submisso ou superior ao outro? 

Nota 10



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