A biblioteca da meia noite - Matt Haig

 


Em Biblioteca da Meia Noite somos levados por Matt Haig para o velho clichê "efeito borboleta".

Nora é uma garota que não vê sentido mais em sua vida, perdendo o emprego, o gato morreu, brigada com o irmão. Não tinha nem uma vida dependendo dela. E decide por um fim em tudo. 

E quando isso acontece ela vai para uma biblioteca onde a antiga bibliotecária de sua escola cuida de inúmeros livros verdes que eram vidas que Nora viveria se tivesse tomado decisões diferente da que tomou na vida que teve um fim tão depressivo. 

E quando Nora abre o livro passa a viver aquela vida a partir da meia noite daquele dia. 

Nisso ela vai vivendo como rock Stars, bióloga, esportista, casada com seu quase noivo, e teria que escolher uma dessas vidas para viver. 

Mas logo ela percebe que a vida que mais se encaixa com o que ela queria de verdade era a que ela abriu mão, a dela própria. 

E assim ela retorna para seu corpo e se recupera da tentativa de suicídio. 

O livro tem uma história muito boa, chiche, mas que lemos rapidamente. Terminei o livro em pouquinho mais de vinte e quatro horas. 

Mas a protagonista não foi alguém que me agradou. Achei Nora mimada pela história em si. Ela chegava em uma vida pronta e queria que ela fosse perfeita. E desfavorecia vários detalhes valorosos dessa vida como defeitos. 

Queria que ela entrasse nessas vidas e concertasse o que tinha errado. Tipo a Paulina Brachio entrando na vida de Paola e concertando tudo, como na novela Usurpadora. 

Mas Nora entrava na vida daquelas pessoas e valorizava o superficial e o que é sagrado para elas ela via só como problema. Desvalorizando sonhos e lutas. 

Tudo bem. No fim ela valorizou a própria vida e a luta em te-las. Mas e quantas pessoas ela tornou descartáveis. Não as versões dela, mas a pessoas que as acompanhava. Desvalorizou suas lutas, suas batalhas do dia a dia. Isso que é valorizado. E não sonhos utópicos. Que se alcançarmos bem, mas se não alcançarmos amem. 

Não temos que sermos astronautas ou rockstars para sermos alguém. E não temos que nos cobrar por isso. Por isso ela queria se matar. Cobrava ser algo demais, sendo que ser só uma vendedora de instrumento musical, e tinha gato já tava bom. 

O livro teoricamente diz isso. Mas deixa sublimar que a cobrança dela ser algo a mais nessa vida real ainda estava aí. 

O valor de uma pessoa comum existe. Sonhos são válidos sim. Mas estamos vivos. 

Fora que quando chegou na metade do livro e vi que ia se repetir inúmeras vezes as várias encarnações dela em casa livro e que seria só isso o livro. Eu já adivinhando a conclusão final, que ela ia ficar na vida real dela,  meio que cansou. Não sei se eu não terminasse tão rápido o livro se levaria uma nota tão elevada quanto essa. 

Eu gostei dela ter ficado com Ash na última vida. Adorei a última vida dela. Deveria 90% do livro ter sido só essa. 

O final do livro com o incêndio na biblioteca e protagonista tendo que lutar pra voltar a vida foi bem aquela emoção de filme de sessão da tarde. Clichê mais que foi bom. 

As menções filosóficas se encaixaram bem na história e foram as frases que eu marcaria se fosse do próprio autor. Quero dizer, as melhores frases do livro não são do próprio livro. Então tirando essas tais menções, o livro tem um ensino forte mas com diálogo e mensagens fracas. 

Nota 5.0


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