Wicked - Gregory Maguire




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Como é um dragão dentro da casca do ovo? Bem, ninguém sabe, jamais saberá, pois, assim que você quebra a casca para ver, o dragão não está mais dentro dela. O verdadeiro desastre dessa investigação é que a natureza do mal é ser secreto. 

Em Wicked, livro escrito por Gregory Maguire, que inspirou a renomada peça da Broadway, que foi inspirado do clássico O mágico de Oz de L. Frank Baum de  somos levados a conhecer a biografia de Elfaba ou mais conhecida como a Bruxa Má do Oeste.

O livro começa contando, como a maioria das  biografia, sobre como ela nasceu. 

Frexapar, o pai da Bruxa, é um religioso que tenta pregar para sua aldeia enquanto eles queriam era idolatrar uma casa de fantoches que chegava a cidade teoricamente prevendo as malidicencias da cidade aonde visita e executava a peça de fantoches com essas fofocas. Com raiva do pastor, que tentava obrigado a aldeia a ir para o  caminho de Deus, seus moradores atacam o pastor e sua esposa, que estava tendo um bebê naquela hora. 

A Bruxa Má do Oeste nasce então fugida em um cemitério do lado do teatro de fantoches que o pai tanto detestava por ironia do destino. E ela para o desespero dos pais nasce verde. 

Só que logo sabemos que a mãe de Elfaba na verdade  traiu o pai com um ser diferente que vamos descobrir no fim da história ser o Mágico de Oz. 


Alfaba cresce sendo ignorada e rejeitada pelos pais, com um amante dentro da casa, que servia tanto o pai quanto a mãe. Sendo criada pela figura da Babá, uma senhora que tem um pouco de maternidade, mas isso até o nascimento da segunda filha, dita do casal, sendo que era do tal amante. 

Quando a segunda filha nasce, também nasce com problemas. Dessa vez sem braços, gerando uma dependência dela por Babá, dando consequência de Elfaba se tornando mais afastada ainda e tendo que se criar sozinha. 

A segunda parte da história se passa na adolescência, aonde vamos conhecer ou reconhecer, ou conhecer essa nova versão, de  um outro personagem ícone de Mágico de Oz, Galinda. 

Clichê de escola. 

Galinda é a típica patricinha que não dá moral para a nerd e esquisita da sala que é Febela. Mas aos poucos ela vai vendo que Febela é uma boa pessoa e que prefere ficar com ela do que as superficiais amigas populares.

Tá, mas por trás disso temos o grandioso tema político metafórico dos Animais, que por ser usado com a letra maiúscula, passa a identificar os animais que receberam o dom da alma. Podem falar e raciocinar.

Mas o grande Oz não gosta deles estarem tomando mais espaço entre os humanos e tenta os limitarem de todas as formas, primeira de forma política e depois de forma ameaçadora e terrível, fazendo-os a saírem das posições humanas, trabalhando, estudando e tendo comércio, para funções animalescas, em fazendas e zoológico. 

Nos levando logicamente a metáfora dos horrores da Segunda Guerra Mundial e dos horrores vividos pelos judeus. 

O professor Dillamond é a grande vítima dessa história. Admirado por Elfaba por estarem pesquisando a origem do conhecimento dos Animais eles são brutalmente interrompidos pela manipulação da diretora da escola para o diminuir e logo após o levando a morte manipulada por si, pelo Mágico de Oz. 

Até esse momento o livro se tornaria o meu preferido. Trazendo um clichê que adoro. Um romance abrasador. Já que Boq, o popular do colégio amava Glinda e tinha a Bruxa como melhor amiga. E desabafava com ela sobre Glinda. Sendo que Elfaba por trás da camada antissocial o amava. 

E por trás desse pano de fundo ainda tinha a parte política e feminina, discutindo e muito sobre a liberdade sexual feminina... Deixando bem claro que não é um livro nada infantil, chegando a ser hot em muitos momentos. 

Mas a partir dessa transição de tempo a metaforica guerra fria parece que foi outro autor que pegou o livro para escrever. 

Saiu do clichê romântico e político para virar um psicodélica viagem da Guerra Fria. 

A Bruxa Má do Oeste revoltada com o que aconteceu passa a ser uma espiã para um ataque a Mágico de Oz ou a diretora do colégio.

Só que ela se apaixona por um dos colegas da época de escola que a reencontra. Só que para meu desapontamento não é Boq. E sim Fiyero. 

Fiyero é legal. É sensual a relação deles por ser algo proibido. Ela é uma espiã agora, não podia se envolver com ninguém. Rebelde pela causas dos Animais. Ele casado, apaixonado e lutando para tirar a amada dessa vida de perigo. Mas o nível de falta de certezas nessa história começa a tomar uma direção que comecei a noa gostar. A política da história, surpreendentemente era o que me prendia. Gostei de mais do nível dela de comprometendo dela pela causa. 

E logo após essa parte vem a que menos gostei. 

Após o ataque terrorista do grupo de Elfaba contra a ex diretora do colégio acontecer usando ela como principal arma, o que ia contar o que a Bruxa falava para seu amante, Fiyero é atacado e morto. 

Elfaba larga tudo e vai até a esposa dele pedindo perdão. Tipo, vai contra tudo que a história desencadeou até então. A personalidade de Elfaba mudou e tudo na história se disiminou por um pedido de perdão sem sentido. Está certo que a história tem um rumo para se tomar que a vilania da Bruxa Má do Oeste aparecer e ela sendo morte por Dorothy em um castelo medieval tenebrosamente mórbido cercada por soldados macacos alados. 

Ok. E não tinha como não desenvolver essa história se não virasse meio psicodélico. Tá, tinha que virar uma loucura, uma viagem total. Por isso eu esperava. Mas eu estava gostando muito do universo que era. E se o mundo que L. Frank explodisse e Maguire criasse essa nova história com Elfaba sendo uma heroína lutando por Oz com direitos e deveres corretos contra os imperialismo louco e absurdo da época e o patriarcado de tabela eu ia adorar. 

Mas não foi assim. 

A Bruxa Má do Oeste vai para esse reino meio Índiano, ou eu imaginei como tal, aonde a esposa de Fiyero morava junto de uma harém de irmãs e passa viver lá em um eterno estudo de bruxaria em um livro de que encontrou por acaso, cujo o dono foi o mesmo que levou o teatro de fantoches para a vila de onde nasceu. 

Lá nesse reino ela vive servindo a esposa do amante como se fosse um castigo por ela ser responsável pela morte de Fiyero. 

Junto com Eufaba vai para lá um menino, que entre o período que Fiyero morreu e ela foi para o reino da esposa, ela ficou louca e de luto por ele em um convento. Lá ela não lembra mas teve um filho. E esse filho, foi deixado para ela quando ela deixou o convento para ir achar a esposa do amante. Mas ela não lembra se ele era seu filho. E ficou sendo um servo mesmo. 

E no reino da esposa o filho dela era muito maltratado pelos filhos da esposa de Fiyero. Até que um dia um dos meninos realmente tenta mata-lo, o fazendo esconder em um poço cheio de água em uma brincadeira de pique esconde.

Eufaba a casa um desses eventos, vendo como as pessoas são ruins vai ficando mais amargurada e se tornando uma vilã. 

Ela também fica ressentida pela sua irmã. Ela por ter nascida sem os braços e não verde nunca foi marcada pelos outros como Bruxa. E sim dependendo de um extremo cuidado por não conseguir se equilibrar direito. 

Após ela também ir para a mesma escola que Elfaba foi e ganhar os famosos sapatos vermelhos do pai, Glinda que já estava em auto estágio de estudo da magia encanta os sapatos para dar mais segurança e equilíbrio para a irmã de Eufaba. 

Isso gera uma segurança tão grande na irmã que quem herda um reino da família... Esqueci de falar que a mãe delas foi fugida da herança de um reinado de Oz, para viver na pobreza com o marido religioso... Elfaba fica ressentida não pelo reino que a irmã herdou mas sim pelos sapatinhos vermelhos que o pai deu a irmã. E que virou símbolo de poder no reino. Principalmente após um mágico tufão fazer uma casa do Kansas cair em cima da irmã e mata-la. 

A irmã era contra as causas dos Animais e Febela tomando o poder do reino poderia lutar contra o Mágico de Oz. Mas uma garotinha intrometida roubou os sapatinhos símbolo que o povo daquele reino via com poder absoluto e ia levar para quem? Para o mágico, para levá-la para casa, só porque não havia melhor lugar que o nosso lar, e que se explodisse o direito dos Animais, a vida da sociedade de Oz e o genocídio que o mágico fazia. 

O mágico na verdade não pode ter os sapatos de Dorothy porque os sapatos estão presos em seus pés pelo feitiço. E então ele pede outro símbolo de ganhar o poder de todos os reinos, matar a Bruxa Má do Oeste. 

Dorothy vai até o castelo e mata nossa heróina ou anti-horoina dando lhe um banho por acidente  após ela pegar fogo. Eufaba tinha alergia a água igual o cascão. 

Detalhe que descobri. Ela se banhava em leite pra não feder. Ela fedia a leite azedo mas deve ser melhor do que não banhar. 

Contando essa segunda parte da história parece que foi muito bom. Seria até o melhor livro da minha vida se não fosse esse psicodélismo todo. Sei que a história e desenvolver dela pedia isso. Mas é o que falei lá atrás. Eu estava tão apaixonado. 

Eu gostei da personagem dela. Eu gostei do seu desenvolver político, emocional, me identifiquei muito com ela na escola lendo seus livros quando, se apaixonando por pessoas que se apaixonavam pelos populares. 

Me identifiquei muito pela visão política dela. A luta na "Guerra Fria". O livro me lembrou muito da série de livros O Século de Ken Follent nessa parte. 

A liberdade sexual dela foi muito bonita e louca e picante.

Mas as viagem mentais que tem durante a história. Algumas frases era custoso de ser entendido, como se fosse literatura do mais auto nivel intelectual e outros já era de uma leveza que parecia um romance açúcarado. 

Teve momentos que tive que completar com minha imaginação pois não definia direito o local fisico aonde estava se passando a cena. 

As emoções da esposa de Fiyero eram muito indefinidos. E as irmãs dela parecia muito além do lúdico do próprio mundo do mágico de Oz. 

Me decepcionei em muitos pontos. Mas só no nível de não ser mais o melhor livro da minha vida. Foi um livro muito bom. 

Meu novo sonho é ver o musical em um teatro mesmo. 

Nota 9.0  



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