Morte Sob encomenda - W. Bariani

 


No 7° e último conto do livro Morte Sob encomenda, livro do autor goiano W. Bariani, com o nome que se dá ao livro de contos Bariani conta a história de Bolívar Dias Nogueira. 

Bolívar sempre planejou se casar por dinheiro. E conseguiu cumprir tal plano se casando com Aneuzira, que o pai lhe deu a parte da herança assim que ela se casou. 

Mas Bolívar se apaixonou pela esposa e pela vida sofisticada que levava, junto do casal se filhos. 

Só que a empresa que abriu faliu, os negócios iam de mau a pior. Teve que trabalhar para os outros, em uma agência de seguros. 

As contas iam chegando e o dinheiro encurtando. Até que até o filho pequeno teve que trabalhar. Para Bolívar foi o fim. 

Trabalhando com seguros e analisando o seguro de vida percebeu que se morresse a família ficaria bem de vida e conseguiria se reerguer. 

Mas ele não poderia se matar porque se não o seguro não cobria. Então resolveu contratar uma empresa de extermínio para fazer o serviço. 

Se disfarçou, vendeu o carro e entregou cinco fotos grandes suas para o bandido pedindo que matasse o homem da foto porque ele tinha desgraçado  a irmã dele. 

O bandido aceitou o serviço e disso que a missão seria cumprida nem que todos os quatro comparsas fosse preso ou morto, tendo um solto e vivo ia até os confins do mundo pra cumprir a missão. Era questão de honra pra agência.

Programado para o serviço ser feito em seis meses que era o tempo do seguro começar a valer Bolívar foi para casa para se preparar para a própria morte e deixar a família em situação melhor. 

Mas chegando em casa ele teve uma surpresa. O filhinnho, Juquinha, que trabalhava engraxando os sapatos dos maridos das antigas amigas da mamãe, a envergonhando, usava parte do dinheiro pra comprar bilhetes de loteria, e o filho tinha ganho sozinho. 

Bolívar não precisava mais morrer. Ao voltar a agência de extermínio, quem disse tinha gente lá. 

A moça que o apresentou a agência, Irene, passa a exigir dinheiro dele para reachar os amigos, e não achava nada. 

A polícia acha o primeiro dos capangas morto e começa a investigar a agência de extermínio que envolvia a própria polícia. E uma lista na mão do capanga com o nome de Bolívar, o único nome não riscado. 

Bolívar via a felicidade da família de ganhar na loteria, sem aproveitar. Sendo investigado como possível assassino do capanga por ser um dos nomes da lista. Tentando esconder tudo da esposa e dos filhos. A esposa achando sempre que é amante. A polícia sabendo apenas que ele era uma das quase vítimas da agência, sem saber que ele também era o mandante, e tendo que achar os nomes dos outros quatro capangas nas mãos da chantagista Irene. 

No fim mais três capangas apareceram, dois mortos e um declarando que último era o chefe.

Mas quem era o chefe? Quem iria até os confins do mundo atrás da última vítima da agência. Todos da família já achavam que Bolívar estava louco tentando esconder tudo. Aneuzinha já ia atrás de Irene achando que ela era amante, e Irene arrancava dinheiro da esposa também dizendo que falava o nome da verdadeira causa da loucura do marido.

Bolívar não aguenta mais e conta tudo para a esposa. Assim eles fazem as pazes e juntos juram achar o chefe da agência de extermínio. 

No fim Irene, que enviava o dinheiro para os estudos do filho, e conta em uma carta que ela era a última do membro do bando de extermínio, a verdadeira chefe. E que sabendo da história de Bolívar, que a comoveu, não iria mais mata-lo. 

Encontram Irene que se enforcou, se matando. Bolívar com tudo esclarecido pode viver sua vida com a família feliz. 

O conto mais cumprido do livro e o melhor. Dando nome ao título do livro, é uma história completa, cheia de mistério, amor e muito humor. 

Bolívar é o típico personagem de Adam Sandler, ou Jim Carrey. Atrapalhão e cheio de jeitinho pra resolver as coisa, sempre acaba prejudicando tudo. 

É muito bom ver as referências goianas na história, localidade aonde aonde moro e aonde trabalho. 

Ver o relacionamento de Aneuzinha e Bolívar é um amor muito real, em meio ao humor. Nem toda briga é choro, nem todo desespero é lágrimas, nem todo amor é sem a malícia. 

Achei muito pesada a parte do pensar no suicídio. Bolívar vê não como algo monstruoso ou horrível, atitude de último caso, mas como um ato de honra mesmo, levando a pensar que o ato de covardia seria continuar vivendo e deixar a família passar necessidade

E depois ainda no fim tem o ato final de Irene.

Mas tirando esse fato, Irene foi uma personagem excelente. Me enganou até as últimas páginas. Nunca imaginei que ela seria a chefona. Sua história triste era de cortar o coração e seus diálogos tão espertos e inteligente. 

O autor soube criar em poucas páginas camadas de personagens, que por mais que li rápido, acho que vou levar na memória para sempre. 

Fora que tenho aquele orgulhozinho por ser um autor goiano e o livro de contos, coisa que acho ser difícil, ser muito bom. 

Nota ⭐⭐⭐⭐⭐❤️

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