No livro A mulher do viajante do tempo de Audrey Niffenegger somos apresentados a Clare e Henry, um casal que vive sua vida de casado dependendo de quando Henry, aparece e desaparece no tempo.
Ele viaja no tempo, aparecendo e desaparecendo durante várias épocas diferentes em que vive se reencontrando com sua esposa, filha e ele mesmo durante esse período.
Somos apresentados tanto a sua biografia quanto a biografia da esposa lidando com os seus desaparecimentos e aparecimentos repentinos em lugares e tempos aleatórios sem roupa.
Henry conhece Clare ainda criança. Ela o ajuda a lidar com ele aparecendo sem roupa em sua fazenda.
Quando ela faz 18 anos a relação de amizade vira amor.
O casamento é cheio de confusão por Henry desaparecer e sua versão bem mais velho aparecer no lugar.
A tentativa de ter filhos é bastante frustante por causa dos genes herdados do pai de viajar no tempo causando vários abortos. Mas no sétimo nasce Alva que trás a alegria para o casal.
Mas eles sempre são assombrados pelo limite de idade Henry aparecer parecer estar chegando perto, querendo dizer que o pai e marido viajante no tempo, provavelmente não existiria após a idade limite.
Uma linda festa de despedida entre amigos e familiares deixa claro que está data chega.
Henry morre vitima do próprio sogro e cunhado atirando nele, por engano, em um período de caça que acontecia na fazenda em que Clare vivia durante a infância.
Alva herda a condição do pai, porém sabendo lidar e controlar a viagem no tempo, tanto que consegue vê-lo quando quiser.
Opinião
Já tendo duas adaptações para o livro, sendo uma filme e a última, uma série, A mulher do Viajante no tempo me chamou atenção, sem saber que era a mesma história do filme com Rachel McAdams e Eric Bana.
Pensei que era um clichê apenas. Mas me surpreendi relembrando as cenas belíssimas do filme enquanto lia.
Me tocou tanto no filme, e agora, no livro a resiliência de Clare de se adaptar a situação de Henry, apesar de ser a única que ela conheceu, sabendo que ele estava a "aliciando" desde de criança.
Clare passa por toda situação difíceis de um casamento sabendo que Henry não estaria ali a todos momentos. Até é citado no livro que parece ser casada com um médico.
Mas esse desaparecimento e aparecimento e vai e volta viagem no tempo, e esse "feliz para sempre" do casal, mesmo com tantos problemas fica repetitivo e chato até mais da metade do livro. Até porque já tinha entendido que o livro era a mesma história do filme. Então pensava que o livro inteiro iria ser só aquilo ali. As letras muito pequenas deixavam 50 páginas muito longas de se ler.
Os capítulos eram pequenos, mas a não tinha parágrafos. Eram linhas de pensamentos intermináveis dos dois. E as vezes apenas falando como Clare é perfeita para Henry e como Henry é perfeito para Clare. Em fim, cansou um pouco.
Mas tinha me esquecido da outras duas partes do livros. Ou no filme não quis se focar tanto nesse ponto. Não me lembro muito bem por já ter visto o filme a mais de dez anos. Ou apenas essa parte da história ficou mais importante para mim do que as outras agora.
A segunda parte do livro conta das tentativas frustradas de Clare e Henry de terem um filho. Os abortos são traumático e muito tristes. As tentativas de Clare de lutar, mesmo parecendo ser impossível gerar um filho, um pedacinho de Henry para ficar com ela é muito tocante.
Os diálogos entre o casal e principalmente de Clare são incríveis. Descreve justamente o sentimento que temos quando somos frustrados por essa situação.
Parece um vazio tão grande, que mesmo ocupado por várias outras coisas, continua vazio. Uma existência que existiu e que parece que não existiu o bastante para ter direito a existir, mas injustamente já foi o bastante para ser amada. E lembrada apenas por um momento e não por ser um serzinho.
Uma possibilidade, que no coração dos pais, não era só uma possibilidade, mas muito mais.
E que ninguém entende. Dói por ele ou ela não ter tido a chance. E isso é tão injusto. E uma injustiça que não podemos fazer nada. E que mesmo que muitos dizem que devemos aceitar. E algo inaceitável. Porque se aceitarmos isso. Vamos estar traindo a única fonte verdadeira s
de sua existência. Ele ou ela existiu apenas no meu coração. E não posso deixar essa existência acabar. É uma dor que não posso deixar de sentir.
Bem, voltando a resenha.
Depois vem a parte da certeza da morte Henry.
Antes sempre tem o perigo dele, nessas viagens se machucar ou voltar ferido. O que acontece. Ele perde os pés ao ter hipotermia quando cai em um tempo e lugar frio e sem chance de alguém pode-lo ajudar.
Então começa todo um processo de Henry de ver que a coisa ficou feia. Ele vê o fim chegando e que essas viagens ficarão mais perigosas ao ponto de mata-lo.
Então começa toda uma preparação para ele morrer.
É muito triste ver a incapacidade dele diante da esposa e da filha. E como ele continua lutando para manter uma estabilidade para as duas.
A certeza da morte está em todos nós. Mas ver isso acontecer. Ver seu corpo se desfazendo mesmo você lutando muito não é fácil. E sabendo que pessoas depende de você. No caso de Henry também a filha é pequena.
Tinham que ter mais tempo. Mas o tempo não para.
Esses trocadilhos no livro existe o tempo todo fazendo a gente analisar e pensar com o que estamos gastando o nosso tempo tão precioso.
E também que o tempo é uma ilusão. Podemos viver o agora e só. Podemos realizar coisas que sonhamos no agora. Temos que realizar o que sonhamos no agora. Porque a certeza não é o tempo. E sim o fim. E o fim vem nos relembrar a todo momento que está a todos tempo. Tanto em histórias dos outros quanto em sustos do nosso cotidiano.
O romance da história é o tempo todo.
Cenas fortes não param, com diálogos perfeitos.
Tem uma encheçãozinha de linguiça para deixar o livro maior.
O final é lindo.
As descrições dos livros, apesar de bem curtas, são muito claras. A gente vê a cena acontecendo na nossa frente.
Nota 4,5 ⭐
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