A árvore dos Anjos - Lucinda Riley


 Resenha


Greta é uma dançarina de cabaré, não vendo que seu colega de trabalho, David, comediante do show era apaixonado por ela se encanta por um soldado, sem que ele saiba que ela dançava nua em um palco para ganhar dinheiro. 

 

Mesmo prometida em casamento, após se entregar para ele, o soldado vê um show dela, e desiste do casamento e a abandonando deixando Greta grávida de um casal de gêmeos. 

 

Quando Greta não consegue abortar, seu amigo David, oferece a propriedade da família, uma mansão no interior, para Greta ter seus filhos, descansar e ver o que irá planejar para o futuro. 

 

Mas na mansão Greta, aparentemente  encanta o herdeiro da família, tio de David, Owen. Ele se casa com Greta e assume os gêmeos como pai. 

 

Owen na verdade, apaixonado pela mãe de David, L.J. que administrava a fazenda. E para David, não herdar a fortuna da família, ele deveria ter um filho. Só que ele nunca se casou porque amava L.J. sua cunhada em segredo. E ela tinha escolhido se casar com seu irmão. Para se vingar, ele casa com Greta para, seu filho, David não herdar a fazenda e o dinheiro. 

 

Só que David não estava nem ai para herança. Ele já estava ficando rico e  famoso como comediante em Hollywood. 

 

Owen fica louco de carinho pelo filho herdeiro, Johnny, que nasceu para concretizar sua vingança. E a menina, Chesk, fica de lado fazendo com que a mãe, tente suprir a carência da filha. 

 

E após o falecimento de Johnny, aos três anos, Owen fica louco e agressivo. Greta ao presenciar Owen colocando as roupas de Johnny em Cheska, decide partir das mansão para Hollywood, aonde Cheska começa uma carreira de atriz mirim, que graças a pressão da mãe para realizar o sonho dela perdido, acaba crescendo sobre forte abalos psicólogos, iniciando uma esquizofrenia grave aonde ela via o irmão morto falando para ela fazer coisas ruins. Tudo escondido pela mãe para não atrapalhar sua carreira. 

 

Quando um novo filme promete fazer a transição de Cheska da carreira mirim para a a carreira adulta, e o produtor vê uma certa dificuldade na menina se soltar, o seu colega que lhe fazia par romântico decide entrar em um relacionamento com ela, mesmo ele sendo casado. 

 

Cheska acaba engravidando também. E já abalada pela esquizofrenia começa sua onde de maldades. 

 

Sua mãe, afastada desde que começou a carreira de atriz adulta, vai para lhe contar que o grande amor da vida da filha era casado. E Cheska não aceitando o fato bem empurra a mãe contra um carro em movimento, fazendo com que Greta perdesse a memória. 

 

Após isso ataca o ator, seu louco amor, colocando alvejante em sua loção para tirar a maquiagem. 

 

 

Ela abandona também sua filha após o nascimento na mansão de David, para que a mãe dele, L.J. a crie. 

 

L.J. faz isso muito bem. Fazendo com a menina cresça em uma estrutura solidade de família ao lado de David, que nunca abandonava Greta, Cheska e agora Ava.

 

Sendo que Ava era a única que valia a pena, se tornando uma jovem estudiosa e dedicada a fazenda como a L.J. 

 

Enquanto a avó Greta vivia enclausurada em casa sem memória e com agorafobia, por causa do acidente, a mãe Cheska, se dedica a uma vida de luxo, fama, gastando um dinheiro que não tinha mais e com muitos homens. 

 

Por causa disso os produtores não queriam ela mais no papel de filmes e seriados que estavam ficando mais conservadores para a família tradicional que estavam vendo os seus produtos naquele momento. E Cheska para continuar a sustentar seus luxos e prazeres retorna a mansão de David, na onde era herdeira, por todos ainda acharem que ela era filha de Owen, que morreu, e bota fogo da mansão, para pegar o dinheiro da herança e do seguro.

 

Ava, e o namoradinho, que era um musico, que começava na carreira dos musicais, acaba tendo que lidar com Cheska, por terem que irem morar na cidade após o incêndio. Cheska, loucamente achando que o namorado de Ava, era o seu antigo namorado ator, pai de seus filhos, fica com ciúmes da filha com ele e  joga a propria filha também contra um carro. Só que dessa vez, sendo menos grave, deixando com que Ava contasse a todos que sua mãe, realmente não era certa da cabeça.

 

David interna Cheska em um manicomio. Ava engravida do namoradinho e todos vão viver feliz para sempre na mansão. 

 

Só que David, levando, Greta para uma festa de final de ano na mansão, faz com que ela relembre de tudo inclusive de tudo que ele fez por ela. Ela percebe que sempre o amou e os dois decidem se casar.

 

 Opinião

 

O livro de Lucinda Riley me surpreendeu pela temáticas dramatica extrema tratada sobre a descrição dos sentimentos quase de forma lúdico e simplista. 

David é um personagem cativante e amoroso, que é a estrutura durante a  história inteira, mas que irrita por sua forma boa de pensar e ser, mas que graças a forma da autora de escrever não se via como o personagem ser de outra forma para dar contorno a geração de mulheres cheias de camadas, traumas, narcisistas e egoistas que protagonizam a história.

 

Essas mulheres trouxeram o sentimento materno de uma forma louca, obsessiva e megolomaniacas. O significado dessa palavra no dicionario veio bem a definir o que elas significaram para mim, durante o período que estava lendo a história. 

 

É caracterizada por uma exagerada autoestima das pessoas nas suas crenças e/ou poderes e, em certos casos, fantasias ou delírios de grandeza.

 

Também reconheci na musica A noite dos Compositores  Adriano Ferreira Cintra, Andre Whoong,  Giuseppe Anastasi, Rita Wainer De Oliveira e Tie Gasparinetti Biral, interpretada primeiramente pela cantora Tie e agora recentemente por Gusttavo Lima, uma coincidência muito grande, da letra da música, com a história do livro.

 

Falando em coincidência também queria ressaltar uma coincidência, que foi eu imaginar o personagem de Bobby Cross, pai de Ava, como o ator e cantor Elvis Presley, e uma das músicas que o personagem canta no livro é justamente do Elvis Presley. 





Gostei muito da forma que a autora desenvolveu durante as várias gerações o tema das diferenças formas de amor materno que se desenvolve em uma mulher. 

De Greta por Cheska foi um super protetor, dependente, chegando a afogar a garota, e gerando os problemas psicológicos. No livro a autora deixa claro que esquizofrenia  acontece por fatores biologicos, e nada o do que Greta pudesse fazer iria ajudar na doença dela, a não ser trata-lo da forma correta se a mãe não pensasse somente em seus sentimentos de necessidade psicologica, do que na filha que precisava de uma atenção maior, só de ter passado tudo que passou, com a morte do irmão, a rejeição do considerado pai, Owen, e o inicio da carreira artística tão jovem.

Depois vemos o caso de Cheska por Ava. 
A culpadas necessidades psicológicas de Cheska causou mais um egoismo materno, ou para não ser machista, filial, da mãe pela filha, a excluindo da vida da mãe totalmente. Poderia se dizer, pelo andar da história, que foi melhor assim para Ava. Mas a personagem artística e famosa, com dinheiro caminhando de forma correta poderia ter acarretado a filha caminhos melhores do que ela teve, não só no meio artistico, mas por causa de contatos, dinheiro e fama. 

David durante todo o livro será que também não foi um bengala para essa geração de mulheres, que não andaram porque tinha ele, lá, para as sustentarem, e dependerem dele? Ser bonzinho demais com as pessoas as vezes não causa isso? Em vez de ajudar, prejudica. 

Como falei atrás, a bondade de David era quase irritante, abrindo mão de sua vida para ajudar Greta, Cheska e Ava. Isso deveria ser o romance da história. Mas o puritanismo dele faz com que se perca totalmente algum romance entre casais do livro. 

O livro fala de amor, mas realmente é esse amor de mãe e filha. O limite das realizações pessoais e dedicação ao filho. Aonde está o limite? Quando não é egoismo? 

Mostrar o mundo luxuoso do cinema e da mídia em si foi um destaque também nesse livro. Como tudo é supérfluo e sentimentos viram só coisas aparentes sem ligar para psicológicas de seus atores e atrizes é algo que já mostrado em vários documentários que destrói pessoas. E pessoas que acabam sendo queridas por nós. 

Chegamos em casa todo dia, sentamos na frente da tv e nos envolvemos com as histórias que eles nos contam. Como não queremos ou não podemos nos importar com a vida dessas pessoas?

O livro de Lucinda Riley é recheado de temas e sentimentos que nos fazem  chorar, pensar e repensar em como devemos agir diante das adversidades da vida e a forma quase lúdica que os personagens bonzinhos reagem a essas adversidades nos faz pensar como podemos simplificar os problemas em vez de piorar. 

O roteiro novelistisco sem ficar com medo de ser pretensioso foi algo que me cativou no livro. A autora quer passar a história. Ela não quer ser complicada. Ela quer que seu leitor aproveite a leitura com satisfação. Isso é algo que se nota de longe. 

Ter vários personagens me agradou muito. Fez a história ter várias ramificações e trabalhar temas e emoções que me deixaram na memória várias cenas inspiradoras. 

As cenas eram detalhadas no ponto certo para vermos a cena acontecer. Parecia que estava em uma série de tv.


O final do livro não me agradou. David ter ficado com Greta, apesar de ser o esperado, não é para mim justo. Thor ficou com ele até o final, sendo boazinha e compreensível em todos os momentos da vida dele. 
Seria compreensível a autora mostrar ele pensando um pouquinho nele e relevar o sentimento tão utópico como esse amor que ele nutriu por Greta. 

Um amor que pra mim só vi ilusão. Porque ela não tinha nada de tão admirável assim. E para amar uma parceira temos que admira-la em algum ponto. 

Conclusão


Acho que o livro nos ensina que esse negocio de mães ou pais não terem culpa diante do que o filho viram não é algo correto. Temos sim responsabilidades grandissimas. Ninguém pediu para termos filhos! E temos um limite rigido sim entre os dois tipos de amores demonstrados no livro. E é dificil sim! Quase impossivel! E não é por que dificil ou quase impossivel que não devemos lutar com unhas e dentes para conquistar esse pódio que é ter filhos no mínimos humanamente sãos. 

Se não conseguimos também. Ok. Falhamos. Não devemos-nos julgar por falhar. Mas devemos julgar por não tentar, ou falar que não tivemos culpa. Pais tem culpa sim! Desde adulto até mais velho!

Culpo sim Greta por Cheska. 

Não sei se, pelas falas do livro, a autora quis demonstrar justamente isso, com sua história. Mas foi o que senti, graças a leitura, e as coisas que vivi, e  o momento que estou vivendo no momento. 

Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐

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