O Patuá - Bariani Ortencio


 Em O Patuá, quinto conto do livro Sertão sem fim de Bariani Ortencio somos apresentados a vida sofrida dos garimpeiros do interior de Goiás. 

Isidoro aguentava os perrengues da garimpagem em busca de melhorar de vida ao lado do companheiro e amigo Benedito. 

A amizade deles fortifica porque Isidoro fazia remédios caseiros que era uma beleza, e ajuda Benedito quando ele estava na hora da morte em uma tossi muito ruim. 

E desde então Benedito além da amizade dedicava a Isidoro uma fidelidade digna só de fiel para seu santo. 

Mas a vida da garimpagem era muito sofrida e o retorno a família era pior. Viam o sofrimento da esposa e dos filhos. 

Quando retornavam para o garimpo até vinha animação, o vício. 

Mas a pobreza da família de Isidoro chegou ao limite e vence seu vício. E quando vai para ir embora o Benedito quer lhe dar o Patuá que ele leva ao peito. Penso que é tipo um cordão com um saquinho que é levado ao pescoço. 

Benedito quer dar o tal saquinho para Isidoro. Só que Isidoro sente que o Patuá é a única coisa que o velho pode dizer que é dele. Porque é muito pobre também. E não aceita levar como lembrança o tal Pádua. 

Mas depois de ver que o sofrimento para quem fica com a família trabalhando decentemente também era sofrido resolve voltar para o garimpo. 

E quando volta descobre que o velho amigo Benedito morreu. Morreu nas terras dono da terra que ele morou na juventude. E que o homem rico ao pegar o Patuá preso no pescoço do velho morto descobre dentro do Patuá pedras de diamante valendo muito dinheiro. 

O conto é bem cumprido e soube trabalhar bem o sentimento se amizade entre Benedito e Isidoro. Soube trabalhar também o psicológico do vício de Isidoro e como isso destruiu a família dele, como destruiu a vida da família de várias pessoas nessa época. 

O final é triste e com desfecho ruim. A injustiça de ver o sonho de Isidoro indo por água a baixo por que ele escolheu ser bom e pensar no amigo, por não querer tirar o pouco que ele tinha foi muito ruim. 

É como se Deus não pudesse recompensar o bem.

Mas as cenas são bem descritas e bem visíveis. Gostei  desse conto. 

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