Um estranho sedutor - Julia Justiss

 Resumo 

Em Um estranho sedutor temos a história de Caragh, uma jovem que por ter o pai ausente, por ele se refugiar sendo autor de livros, tem que cuidar sozinha da fazenda e da criação da irmã caçula. 

Mas Caragh se apaixona pelo vizinho, Quentin. Ele, acabou de se mudar. Por vê-la cuidando de tudo sozinha, passa a ser grande amigo dela, e ajuda-la no que precisa. 

Ailis, a irmã mais nova, puxando o pai, também cabeça dura, é só vidrada em sua arte. Ela cria pinturas e aceita ser conduzida por Caragh, para a temporada na sociedade para se apresentar, apenas para ter aulas de pintura com o grande artista Maximiliano Frank. 

Quentin vai com Caragh e Ailis para a cidade, além de ajudar Ailis a achar um marido, também se possível ajudar Caragh e se não for pedir muito a ele também, sem perceber que Caragh carregava por ele uma paixão. 

Mas ao chegar a cidade dá tudo errado. Ailis se entrega aos encantos de Holden, um conhecido libertino da sociedade, mas por ele frequentar as aulas de pintura também, faz Ailis aparentemente se encantar. 

Mas logo a realidade mostra para Caragh que a libertina era a irmã. Ela foge e abre um ateliê de artes, vendendo pinturas eróticas. Isso acaba com o nome da família de Caragh na sociedade. E só quem fica do lado dela é Quentin. 

E com o fim de tanto compromissos e responsabilidade com a sociedade abre espaço para Caragh tentar encantar o grande amor da sua vida, seu vizinho e amigo Quentin, que não entende que o amor que Caragh tem por ele é de uma mulher por um homem. 

E Caragh vai pedir ajuda a irmã, que até então ela julgava pura e inocente, e na verdade já tinha um grande historico de sedução, relatados em seus quadros em grandes detalhes. 

Usando um disfarce, em uma noite de máscaras Caragh seduz Quentin e o fazendo acreditar ser uma viúva solitária eles tem uma tórrida noite amor. 

E quando Quentin, perseguindo pistas,  descobre que sua viúva era a doce e inocente Caragh, ele tem que provar pra ela que a proposta de um casamento não era consciência pesada, mas sim resultado de uma conclusão que ele já devia ter tirado a tempos atrás. Que Caragh era a esposa perfeita. Amiga e companheira de manhã e a noite a voluptuosa viúva francesa. 

Resenha

O livro escrito por Julia Justiss trás tudo que pedi em um livro de romance açucarado e mais um pouco. O que seria o mais um pouco?

Seria o chutar o balde. E quando aquelas regras da sociedade de apresentação da jovem para um futuro certo de casamento se mostra inapropriado para os sonhos de belas e inteligentes jovens?

Ailis se mostrando ser desde o início dona de ideias próprias de felicidade foca, não em si mesma, ou em um egoísmo, mas um, pode-se dizer, um hiper foco em realizar seu sonho e ser feliz. 

Quantas vezes não abrimos mãos de sonhos ou realizações de desejos por ilusórias responsabilidades ou por não querer magoar alguém?

E quem liga para não nos magoar-nos?

Ailis trouxe essa análise para mim por sua falta de noção mesmo, do que o outro pensa. As vezes devemos ser mais assim e sermos felizes. 

O livro é encantador quando Caragh gira a chavinha e entende que ela também teria que lutar pelos próprios sonhos. 

E achei tão legal finalmente ter uma mocinha que queria o mocinho. Que era apaixonada e tinha desejos pelo homem. Normalmente as mocinhas parecem querer realizações profissionais, independência financeira e psicológica e pessoal e amor deixa de lado. Como se não fosse importante. 

O homem deixou de ter atrativos, como se fosse apenas vis e motivo de submissão.

 Mas Caragh mostra uma paixão verdadeira desde o inicio para com Quentin. E ela comete loucuras por ele. Ele é merecedor disso, tanto por sua amizade, personalidade  quanto por sua beleza. 

E depois teve o grande paradoxo de Quentin. Quando uma amiga vira uma amante? E porque não a amiga ser essa amante?

Em um casamento isso é possível?

Temos também a beleza do erótico. Até onde vira arte e é agradável de se ver? Onde o pudor coloca limites? O natural se torna algo devasso quando, sendo que se é algo agradável de se ver. 

Ailis, me ensina mais isso. Ela foi, na verdade, a grande protagonista da história. 

O pai, tendo seu hiper foco fixado em escrever suas obras, e ignorando até a fazenda e as filhas, para se esconder sua dor será que é algo tão julgával assim?

Não vi ele abandonando as filhas. Vi ele permitir elas viveram como acharem melhor. E ele também não estava realizando seus desejos e sonhos de ser um autor? Porque ser fazendeiro era mais importante que realizar o sonho dele de ser autor?

O final de Quentin correr atrás  de Caragh foi meio enrolado. A análise deles se deveriam ou não se entregar a esse amor, e se era motivo para ser casarem encheram muitas páginas e isso irritou um pouco. 

Podiam ter diminuído nessas análises e colocarem um final feliz mais conclusivo, com o destino de cada personagem, protagonistas e coadjuvante. 

Conclusão 

Um livro de romance além das espectativas de um romance tradicional, mas que a conclusão final decepciona um pouco. 

Nota: ⭐⭐⭐⭐