Carregada - Joe Hill


 Título: Carregada 

Título original: Loaded

Autor: Joe Hill 

Conto publicado no livro: Tempo Estranho 

O conto tem 224, indo dá página 131 a 354 do livro. 

Da editora Harper Collins em 2018

Nos EUA foi publicado pela editora William Morros em 24 de outubro de 2017. 

Demorando 7 anos e 11 meses pra mim ler o livro. 

Resumo

O livro narra a história de Aisha Lanternglan investigando um tiroteio em uma loja de jóias no shopping da cidade.

Ela, na infância, junto com o primo adolescente que a buscava no colégio, foram vítimas de racismo policial, causando a morte do primo na frente dela. 




Crescendo e se tornando o repórter investigativa ela se depara com o caso de Randall Kellaway. 

Ex-militar, expulso, separado da mulher por violência doméstica a ela e seu filho, viciado em armamento, Randall tem o emprego de segurança do shopping. 




Quando Rebecca Kalbert, conhecida com Becky, decide matar seu amante, Roger, gerente da loja de jóias do shopping, Randall, atira por engano em Yasmin e em seu filho bebê, que estava em seu canguru, por acreditar que ela fosse uma mulher bomba por ser Islâmica e também autora dos disparos no shopping. 




Randall faz com que todos acreditem que Becky que atirou além do amante em Yasmin e em seu filho. 

 Também aparece uma testemunha enquanto Randall estava pensando como se safária do crime, Robert Lutz. Randall também atira nele. 




Mas ele consegue com que todos acreditem que ele só matou Becky, sendo um herói por não deixa-la matar mais gente, inclusive o delegado local, Jay Rickles. 

Randall se torna adorado por Jay, principalmente pelo delegado gostar de ser estrela da mídia, e pegando beirada na fama do segurança. 

Mas Aisha, investigando a vida de Randall, descobre que Randall não era o herói coisa nenhuma. Descobre seu historico militar e puplica começando a sujar imagem que Randall construiu. 

As novas investigações de Aysha ao ataque ao shopping descobre que as coisas não aconteceram como o segurança contou. 

Isso gera uma revolta de Randall contra Aysha, que atrapalhou o desejo de Randall de voltar a esposa submissa e ao filho pequeno. 

Ele fica mais louco ainda quando o amigo e vendedor de armas morre deixando várias de sua mercadoria para ele. 

Aysha ainda descobre e publica o motivo da separação de Randall. Ele ameaçou a vida do filho com uma arma para Holly continuar em sua submissão. 

Randall mata, além de outra pessoas o delegado que o ajudava, e vai até a casa da cunhada, aonde a esposa estava, com o intento de pegar o filho de volta. Mas acaba o matando quando tenta arrombar a porta com  o tiro de uma arma. 

Isso gera seu colapso final. Ele mata todos da casa e vai para a prédio do jornal aonde Aysha trabalhava.

O prédio estava  próximo de um incêndio florestal que estava acontecendo naquele momento e estava sendo evacuado. Mas mesmo assim Aysha decide entrar no prédio com sua filha, e finalizar a publicação que iria escancarar a descoberta dela de que o verdadeiro assassinos na loja era Randall.

Mas Randall aparece mata a todos do jornal e acha Aysha e a filhinha escondidas embaixo da escrivaninha provando que se ela tivesse uma arma poderia se defender do louco segurança do shopping. 

Resenha 

Continuando os livros de contos de Joe Hill estava com altas expectativas do segundo conto, já que o primeiro tinha sido perfeito. Finalizando muito bem. 

Esse o final foi triste. 
A moral da história, no final acabou sendo, que ter uma arma em casa, era o certo. 
Fora que não foi literalmente um final. Ficou aberto se Aysha e a filha iriam sobreviver ao assassino ou não. 

Então, apesar de que na história ter quase tudo que eu gosto o final mostrou que Joe Hill sabe fazer contos tão bons como o do pai, Stephen King, quanto sabe fazer contos ruins como o pai também. 

Em questão da moral da história, eu tenho certeza que Joe Hill, quis mostrar os dois lados da visão de ser certo ter uma arma ou não. Porque a história se baseia em um louco armado que comete várias atrocidades. E somente no final é citado que isso ajudaria a protagonista a se defender. E nem deixa entendido de realmente se ela morreu por causa disso ou não. 

As vezes a polícia aparece para salva-la. Será que ela conseguiria se defender se tivesse uma arma? Roger tinha arma e treinamento em tiro e não consegui se defender da ex-amante.

Outro ponto da história que é abordado é o racismo. O julgamento dos donos do poder, são extremos, quando vêem pessoas negras e islâmicas. E a forma que é falado no livro deixa aquele meu nível de preocupação se quem está falando aquele nível de perversão racista é o personagem ou o autor. Acho que posso julgar por ser um personagem ruim ou com má índole. 
Mas no caso dos livros tanto de Joe Hill quanto de Stephen King a maioria dos personagens são. 
Será que os autores não estariam usando esses personagens como válvula de escape para essas perversões racistas? 

Eu gostei da forma que ele desenhou a história em forma novelistica. 

O que falo ser "forma novelistica" é o autor contar várias histórias paralelas a da protagonista. 

Não necessariamente precisa para ser bom, mas nesse caso, essas histórias paralelas se juntam em uma conexão no final. 

Acho que no fim esse final chocante acaba deixando o conto na nossa memória para sempre. 

Como as histórias do pai, Joe, não tem dó de matar de forma chocante suas personagens crianças.  Isso me deixa muito espantado, é porque, quando fala de filho, ou de criança de 5 a 10 anos não dá para não imaginar meus filhos. 

Os outros autores dão um preparo para você saber que uma criança vai sofrer. Dá tempo pra fazer uma desconexão mental. O King e Hill não. 

As cenas fortes dele é um repente. De uma hora pra outra acontece essas coisas que deixa a gente loucos. 


A cena de Aysha escrevendo seu artigo com o fundo os seus colegas fugindo e o incêndio florestal chegando, a filhinha dela lá, foi muito boa. 

O final foi tão aberto que ao pensar que o livro tinha perdido páginas eu pedi para o site Gpt criar um final pra mim.

E ele criou um melhor que de Joe Hill. 

"Randall se abaixa e encontra Aisha e Dorothy debaixo da escrivaninha.
Seu sorriso é frio, os olhos cheios de uma calma assustadora.
Ele ergue a arma devagar, saboreando o momento.

— Imagina só se você tivesse uma arma carregada, Aisha… — ele diz, com uma risada seca. — Você poderia mudar tudo. Mas não tem, não é?

Aisha sente o coração disparar, mas a mente dela se acende. O instinto de repórter assume o controle. Ela respira fundo e olha nos olhos dele.

— Randall… se você atirar agora, vai ser só mais um assassino. Mas se me deixar contar sua versão, você pode ser um herói para metade do país. Quer mesmo que sua história morra aqui?

Randall hesita. Ele gosta de atenção, de ser visto como “o homem bom com uma arma”. Ele baixa a arma alguns centímetros.

— Continue falando.

Aisha aproveita e continua, como se estivesse no ar, gravando um programa ao vivo:
— Você é o único que pode me contar o que realmente aconteceu no shopping. Os policiais vão inventar qualquer coisa. Mas eu, eu posso mostrar ao mundo a verdade. Não quer que sua filha saiba que você morreu como um herói?

Randall sorri.
— Eu não tenho filha.

Esse detalhe faz o estômago de Aisha revirar — ele não vê Dorothy como uma criança inocente, mas como um alvo.

— Então é melhor ainda. Vamos escrever sua história juntos. Só preciso da câmera… — ela aponta para o celular sobre a mesa.

Randall se vira para pegar o aparelho. É o instante que Aisha precisa.
Ela puxa Dorothy debaixo da mesa e corre em direção à porta.
Randall atira, o tiro acerta a parede e o som ecoa pelo escritório.

— VOCÊ NÃO VAI A LUGAR NENHUM! — ele grita, e começa a persegui-las.

🌲 Fuga na floresta

Aisha e Dorothy correm pelo estacionamento até o matagal atrás do prédio, onde o fogo já se espalha. As chamas iluminam a noite como tochas macabras.

Randall sai logo atrás, com passos firmes e a arma em punho. Ele é rápido, muito mais do que Aisha esperava.
A floresta está pegando fogo, folhas estalando, fumaça densa. O calor faz o ar arder nos pulmões.

— Mamãe, eu tô com medo! — Dorothy soluça.

— Olha pra mim, querida. Ele é só um homem. Eu conheço monstros piores. — Aisha diz, com uma calma que ela mesma não sente.

Ela começa a falar em voz alta, como se estivesse fazendo uma reportagem:
— Randall Kellaway, o autoproclamado herói do shopping, agora caça uma jornalista desarmada e sua filha de dez anos. Esta é a verdadeira história da América armada…

Randall, irritado, grita atrás delas:
— CALE A BOCA!
Os tiros ressoam, mas Aisha continua narrando, usando a própria raiva dele como distração.

🪤 A armadilha

Elas chegam a uma clareira onde o fogo ainda não alcançou. Aisha vê uma árvore caída e tem uma ideia.
Ela manda Dorothy se esconder atrás de um tronco e começa a provocar Randall:

— Você nunca foi um herói. Você só queria matar alguém e encontrou desculpas. Vamos lá, conte para as câmeras. O país precisa ver sua cara de covarde.

Randall avança, furioso, tropeçando nas raízes, e é aí que Aisha empurra uma galha grossa que estava suspensa. Ela havia improvisado uma armadilha simples — a galha acerta Randall no peito e o derruba para trás.

A arma escorrega de sua mão e cai nas folhas secas.
Aisha corre, pega a arma antes dele, e a aponta para o agressor.

— Agora eu tenho uma arma carregada, Randall. — ela diz, fria.

Ele ri, cuspindo sangue.
— Você não vai puxar o gatilho. Você é melhor que eu.

Aisha hesita… mas só por um segundo.
— Eu sou melhor porque vou proteger minha filha. E você nunca mais vai machucar ninguém.

Ela atira. O som se mistura ao crepitar das chamas. Randall cai de lado, morto, com os olhos ainda abertos.

🌅 O final

Aisha pega Dorothy no colo e segue correndo até sair da floresta, tossindo por causa da fumaça.
Elas chegam a uma estrada e veem as luzes de uma viatura.
Os bombeiros e policiais as encontram exaustas, mas vivas.

Na manhã seguinte, as manchetes dos jornais não chamam Randall de herói.
Chamam-no de assassino.

E Aisha escreve a matéria que vai expor toda a verdade — sobre Randall, sobre a mentira do “herói armado” e sobre o massacre.
Dorothy, sentada ao lado dela, segura sua mão com força.

O conto termina com Aisha olhando para a filha e pensando:
— Talvez, pela primeira vez em muito tempo, essa história tenha terminado do jeito certo." 

Po
is é um livro com temáticas bem pesada, com desenvolvimento bom, roteiro digno de filme. Mas o final é típico conto. Detesto final aberto. 


Nota 4,2⭐





Comentários