Título: Doce Vingança
Título original: Sweet Revenge
Autora: Nora Roberts
Páginas: 345
Editora Record
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Resumo
Phoebe Spring é uma atriz de cinema que se apaixonou por um Rei Turco e se casaram. Mas ao ir para o país dele e ela ter uma menina, Adrianne, Phoebe descobre que o destino da mulher naquele país não era muito bom.
Abdu passa a tratar ela mau e rejeitar a própria filha. Abdu casa de novo, como direito do homem naquele lugar, porém abusa de Phoebe sempre que pode. Ela passa a viver oprimida e aprisionada naquela gaiola de ouro.
Quando Phoebe tem a chance de fugir com a filha por Paris, para fornecer uma entrevista para seus antigos fãs e promover o país do marido, que investia em petróleo, a ex-atriz não pensa duas vezes antes de armar para levar a filha para longe daquele país que oprimia as mulheres e as tratavam com muito sofrimento.
Phoebe consegue inicialmente fazer a fuga por Paris, indo para Nova York, aonde uma antiga amiga morava se tornar mágico para a pobre princesa Addy.
Mas quando Adrianne cresce ela entende o que aconteceu a sua mãe e acontecia. Ela entendeu que a mãe era abusada e que sacrificou tudo para salva-la do mesmo destino.
E entende que a mãe morre de depressão por ainda amar o pai e ele a fazer sofrer de tal forma.
Então Adrianne para pagar o tratamento da mãe com depressão passa a virar uma ladra de jóias raras.
Ela usa o dinheiro das jóias raras que roubava da mulheres da alta-sociedade que frequentava por ser uma princisa, e usava para ajudar a mãe em seu tratamento e outras instituições que auxiliavam mulheres em situações como a da mãe, fugindo de maridos agressores.
Ela se tornou uma Robin Wood.
E isso chamou atenção de Stuart Spencer. Ele também era ladrão de jóias raras, que ao se aposentar começa a trabalhar para Interpol para caçar outros ladrões.
Mas quando se depara com o caso do famoso Sombra e descobre por meio de investigação que ele se tratava de Adrianna, ele se apaixona por ela, por sua história e seu último trabalho para uma aposentadoria.
Adrianne queria roubar de seu pai, em seu país, a jóia que ele deu para a mãe, quando eles se casaram, e que ele tomou de volta quando ela só pode lhe dar uma menina.
Com o roubo da joia que representava muito para o rei e o reino, Adrianne, provaria para o povo que o rei não era honrado ao quebrar uma regra clara do Reino, que a jóia dada no dia do casamento a esposa era da mulher. Não podia ser tomada.
Adrianne planejava roubar a jóia e barganhar com o pai para ter uma quantidade de dinheiro o bastante para ela própria abrir um abrigo para tipos de mulher que tinham o mesmo problema que a mãe.
Mas Stuart quando descobre quem ela é, seu plano e sua história decide ajuda-la a se aposentar como ele, mas realizar sua "Doce Vingança" contra o próprio pai que tanto a humilhou e a renegou.
E seu disfarce seria o noivo que Adrianne que iria ao pai da noiva pedir sua mão.
Não tinha como Abdu renegar a visita da filha e do noivo. Seria uma quebra de honra para o país que ele governava.
O plano dá certo. Com Adrianne enfrentando o próprio pai, o jogando na cara todo ressentimento que tinha, mesmo correndo o risco de ser gravemente castigada por ter sua opinião.
Mas algo sai dos planos. Eles teriam que se casar de verdade em Jaqir, país deles. Mas eles aceitam porque o divórcio acontecia apenas com o marido falando três vezes que se divorciava da mulher.
Então Adrianne e Stuart começa todo o ritual do casamento no oriente médio em meio aos planos de roubar a jóia.
Adrianne tem a certeza de que Stuart irá terminar o casamento enquanto espera o pai enviar notícias requerendo a jóia que roubaram.
Mas ele faz é aparecer em Nova York. Adrianne o enfrenta sem medo, pois o homem não tinha poder ali. E ainda mais quando Stuart aparece falando que trabalha na Interpol.
O pai de Adrianne não tem jeito, se não aceitar o acordo da filha pra devolver a jóia e engolir o murro que Stuart lhe dá.
Stuart brincando ameaça pedir o divórcio a Adrianne falando a frase duas vezes, mas a terceira vez Adrianne o cala com beijos apaixonados.
Resenha
O livro que era o mais novo que tinha ganhado era da Nora Roberts.
Sempre tive o pé atrás com suas histórias. Não era ruins. Mas não eram minhas favoritas. Acho que nas outras histórias que li dela ela escrevia muito superficial por sentimentos que ela prometia muito existir em seus romances.
Estava preparado então para uma história de romance, mas superficial.
Superficial que falo é porque ela descrevia a história de romance sem mencionar os sentimentos verdadeiros, de alguém que amava. Não via isso nela. Via descrições de ações que mensionavam alguém que tinha sentimentos.
Mas acho que entre os livros que li, e esse, Nora Roberts se apaixonou.
Não necessariamente de um homem por uma mulher. Apesar que nessa história também tem isso claramente entre Stuart e Adrianna.
Mas o sentimento de todos.
O mais abrangente, é óbvio, é de Phoebe por Adrianne e de Adrianna por Phoebe. O amor da mãe pela filha primeiramente. Como ela a protege, mesmo tendo uma paixão obsessiva por Abdu. Ela abre mão primeiramente desse louco amor, que fazia ela aceitar até mesmo abusos físicos e sexuais pelo amor a filha pequena.
Ela não pensa duas vezes em jogar tudo para o alto, se arriscar para a filha ter uma vida diferente.
Eu achei esse gesto de Phoebe, mesmo parecendo óbvio de um ato de proteção de mãe para a filha, mas não. Ela estava em uma situação a cima disso. Porque ela estava realmente hipnotizada por esse homem.
Tanto que, quando a filha está estável em Nova York e tendo sua vida, pode sucumbir a esse sentimento que se manteve após anos. Então era algo forte demais. E que não vida real muitas mães, infelizmente, não pensam em abrir mãos da segurança de seus filhos pequenos por essa possessão que dizem serem amor.
Depois temos o amor de Adrianne pela mãe.
Ela foi amadurecendo. Se desfazendo pouco a pouco da estrutura formada por onde ela cresceu, os dogmas que ela viveu, por amor a mãe, e pela sensibilidade, entender que tinha algo errado nisso tudo.
Ela quebrou essa estrutura de ser correto essa opressão por amor a mãe.
E isso é desenvolvido aos poucos, na parte da infância e da adolescência de Adrianne. E Nora faz isso brilhantemente. Me surpreendendo a cada página.
Várias vezes tive que parar de ler e reler o nome da autora na capa do livro. É dela mesmo?
Sim. Nora Roberts estava se superando a cada diálogo.
Os diálogos de Adrianne eram sempre muito fortes. Ainda mais depois dela compreender tudo. Dela idealizar sua "Doce Vingança". Dela defender seu direito a ser Robin Wood. Dela poder lutar.
Era sempre algo forte. Nos sentiamos em sua carne. Vivemos sua indignação.
Eu que sempre tive um pai carinhoso e amoroso consegui compreender sua revolta com um pai que nunca lhe deu amor, e que transformou a vida da sua mãe naquele inferno não só físico mas espiritual.
Mas ai vem o Stuart.
Ele realmente trás todo amor que Adrianna merecia. Ele faz ela entender o que é o amor de verdade.
Em cada atitude. Em cada jeitinho de saber chegar. Sem aquele jeito ofensivo que sempre acabava vendo nos romances de Nora.
Os homens de Nora sempre foram aqueles que a "PEGADA" era algo beirando ao assédio.
Stuart não.
Não sei se foi porque esse livro é mais atual. A visão do tipo de mulher de Nora mudou talvez.
Mas Stuart sabia ser incisivo sem ser o chato.
Ele sabia exigir o amor de Adrianne, que ela tentava esconder por ter esse trauma, de forma verdadeiramente romântica.
Ele soube estar do lado dela, sem deixar de ser importante, mas sem querer virar o protagonista, o heroi. E isso vale, para nós homens, na vida real também, pedagogicamente.
E isso foi uma das mudanças grandes também que vi em relação aos outros livros de Nora.
E novamente vem esse tema tão terrível, que é o que abuso tanto físico, psicológico ou sexual pode fazer com a vítima.
Abdu, como muito lideres, pensam ser donos de seres humanos. E quando vêem esse poder se desvanecer usam da arma pior que tem, que esse abuso. Eles podam a pessoa, para destrui-la e se tornar dependente desse poder. A vítima não pode ser uma pessoa a parte da outra. Ela passa de um líder para ser um possessor da outra.
Esse medo de perder essa posse o faz destruir a pessoa nesses abusos. É a cobissa que transformou Abdu e transforma pessoas como ele em vilões.
A segunda parte do livro trazendo a parte dos roubos das jóias dos ricos por Adrianna e por Stuart foi uma camada a mais que trouxe pra história que foi o glasse do bolo.
Essas cenas dos roubos em conjunto ou não, trouxe sensualidade, trouxe humor, trouxe amor.
O roubo final, jóia de Phoebe, me deixou com o coração na mão.
Toda a vez tinha que relembrar que era um livro de romance e que tudo daria certo no final. Mas fica aquele sentimento de coração na garganta. Eles vão ser pegos! Vão ter as mãos cortadas!
Mas tudo deu certo no final.
Tudo foi perfeito no final.
Ele com humor, ameaçando terminar o casamento falando os ditos que iriam os separar para sempre a pressionando a tomar finalmente uma atitude. A ceder a esse amor.
O livro tem muitas camadas e é lindo.
Queria falar dos coadjuvantes. De Celeste. Da avó de Adrianne. Dos irmãos dela.
Cada ator que imaginei como o elenco dessa história.
Primeiro é de Adrianne criança que imaginei como minha filha. Imaginar ela passando por tudo que a princesinha do oriente médio passou me trouxe um sentimento maior de proteção a ela durante essa parte da história.
Depois a vê-la crescer e se tornar a mulher forte que se tornou na história.
E ter Stuart como parceiro para vencer os desafios tão terríveis que teve. Foi incrível.
Imaginar também Patrick Swayze como o mocinho da história também foi sensacional.
Agora não só imaginar, não é?
E ter noção de que ele morreu a tanto tempo. E podendo vê-lo jovem e vivendo uma história assim, tão bonita.
Não sei se é um pouco morbido, louco ou incrível.
Concluindo, finalmente. Acho que essa história não só me surpreendeu, como ficou entre os melhores lidas do ano. Ele me trouxe uma nova visão a Nora Roberts. Tanto que vou ler a outro que está no mesmo livro.
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐♥️






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