Elenco:
Resumo:
Durante seu treinamento com outros jovens do vilarejo para se tornar um matador de dragões, Soluço descobre que os dragões não são tão maus assim — apenas querem se defender. Ele percebe isso ao encontrar o próprio Fúria da Noite, que ele apelida de Banguela, ferido e preso em um precipício, sem conseguir voar por ter machucado o rabo, essencial para o equilíbrio no voo.
Ao ajudá-lo a voar novamente, Soluço e Banguela se tornam grandes amigos. Soluço passa a estudar melhor os dragões e usa esse conhecimento para se destacar nos treinamentos — mas sem machucá-los, apenas descobrindo suas fraquezas inofensivas.
Astrid, uma colega de treino, desconfia da performance de Soluço, o segue e descobre seu segredo. Ao ver a verdade com os próprios olhos, passa a apoiá-lo.
O pai de Soluço, porém, não aceita sua abordagem pacífica. Decide invadir o ninho dos dragões, que o próprio filho descobriu em um passeio, com o objetivo de destruí-los.
Lá, descobrem que a “rainha dragoa” domina os demais com punhos de ferro, obrigando-os a trazer comida para não serem devorados. É essa tirania que faz com que os dragões ataquem o vilarejo por necessidade.
Soluço e seus amigos, então, montam nos dragões treinados e vão atrás dos pais para impedir o massacre e salvar Banguela, que estava sendo usado como guia por Stoico. Com a fúria da rainha já despertada, os jovens enfrentam o perigo e provam que os dragões podem ser aliados.
Ao fim da batalha, Soluço perde uma perna, mas transforma completamente a relação dos humanos com os dragões — todos passam a ter seu próprio dragão de estimação.
Resenha
Live-action ou Copia ?
O que me levou ao cinema foi, sem dúvida, a curiosidade de ver como ficaria o live-action do filminho de animação que tanto me encantou.
Eu fui preparado para a decepção típica dos live-actions, que geralmente seguem as cenas da animação quadro a quadro. E, sendo ambos filmes digitais, achei que não haveria tanta diferença.
Mas me surpreendi com a realidade dos dragões e as cenas de voo — ficaram muito boas!
Estou tentando julgar o filme por ele mesmo, que carrega uma metáfora rica e merece ser considerado, mesmo sendo uma “cópia” em muitos aspectos.
Biodiversidade dos dragões
O que mais me chamou atenção como mensagem do filme foi o uso dos dragões como metáfora para os recursos sustentáveis da natureza.
O ser humano, por medo ou preguiça de estudar a biodiversidade já existente, prefere destruir o que existe e manter um modelo agropecuário baseado em monocultura e dominação. O filme mostra que há uma forma saudável de se relacionar com o que a natureza já oferece — e isso é simbolizado nos dragões domesticados, amigos e úteis.
Pai e filho
Também vi no filme uma mensagem poderosa sobre a relação entre pai e filho — principalmente sobre como pais podem transmitir não só amor, mas também medos, frustrações e expectativas equivocadas.
Stoico tinha uma visão tão errada dos dragões que colocou a vida do filho em risco por sede de vingança. Preferia que o filho fosse igual a todos a permitir que ele pensasse diferente. Mas a visão diferente de Soluço acabou sendo o que salvou a todos.
É um ensinamento importante: como pais, também erramos. E podemos — e devemos — aprender com nossos filhos.
Mudança de etnia da Astrid
Leonardo: Você se incomodou com a diferença da personagem Astrid no live-action?
Suzana: Eu nem lembrava como ela era na animação. Mas vendo a comparação, ela ficou bem mais bonita no live-action.
Leonardo: O que você acha das pessoas que se incomodaram por ela mudar de etnia, de loira para negra?
Suzana: Eu acho que é racismo.
Leonardo: Você achou a mocinha do filme mais parecida com você?
Suzana: Sim.
Leonardo: E como isso te fez sentir ao ver o filme?
Suzana: Me senti feliz.
A entrevista com minha filha mostra como a representatividade de uma personagem tão importante, com traços mais próximos aos dela, pode impactar positivamente. Os padrões de beleza não podem ser resumidos a loiras de olhos azuis. Há beleza em diversas características.
O medo de alguns brancos de olhos azuis de perderem espaço na mídia revela o medo de perder espaço no mundo. Mas o mundo é plural — e isso deve ser mostrado em filmes, novelas e séries.
No Brasil, 55 % da população é negra. Mas na mídia, 81 % das pessoas são brancas.
Ou seja: ainda há muito espaço para que a diversidade real da sociedade brasileira esteja presente nas telas.
A atuação de Mason Thames, como Soluço, foi exemplar. Tudo o que eu esperava para uma versão realista do protagonista animado.
Gerard Butler, como o pai mandão, trouxe cenas coadjuvantes incríveis. Me emocionei com ele salvando o filho no rio e protegendo Banguela. Será que chorei na animação também?
O final deixa aquela esperança de continuação. Eu não assisti às sequências da animação, mas agora espero por uma trilogia em live-action.
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